terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CHUVAS NO RIO DE JANEIRO, ENCHENTES X NOVO CÓDIGO FLORESTAL

A cerca de um ano atrás escrevi aqui no blog a preocupação da aprovação do no código florestal,  que previa a redução das APPs áreas de proteção permanente nas margens dos rios de 30 m para 15 m além da regularização das áreas ocupadas de mananciais, além da liberação das áreas próximos a encostas de 25º à 45º de inclinação. 

O que tudo isso tem que haver com as chuvas do Rio de Janeiro, e as demais áreas urbanas, que sobrem com as enchentes?

Na verdade se relaciona diretamente com que esta acontecendo nestas áreas, muitas vezes pelo desconhecimento ou mesmo pelo desinteresse sobre a matéria e achar que isso é assunto ECO-loucos, deixamos passar.

Só nos preocuparemos quando um morro desliza matando inúmeras pessoas como aconteceu na região serrana do Rio de janeiro, em 2011, e na regiões alagadas todas as vezes que chove um pouco mais.

Vamos lembrar das aulas de geografia que as margem dos rios eram ricas em sedimentos, trazidos pelas cheias, tanto que o Rio Nilo tinha sua importância para a agricultura local, o que difere dos nosso rios em áreas urbanas?

Nada difere, as margens dos rios são protegidas pelo código florestal de 1965, mesmo com a redução das áreas pelo novo Código Florestal, essas margens deveria ter sido preservadas, ao invés disto construíram Marginais, avenidas, Comercio e residência. A culpa é de quem se alocou nessas regiões, passando o problema para o Município, quando este ao invés de retirar essas pessoas do local de APP urbana, as mantiveram e urbanizaram o  entorno construindo avenidas, ruas, sistema de esgoto, água e luz.

A região serrana do rio de Janeiro sofrerá muito mais esse ano com as chuvas, pois as áreas que deveriam ser desocupadas continuam habitadas e ainda por  cima o novo Código Florestal permitirá ainda mais o acontecimento de catástrofes como de 2011, cenas como estas:


serão muito mais frequentes, sendo que estamos no inicio do período de chuvas, isso mostra a instabilidade do solo nestas regiões de encosta.

vocês acham que o antigo código estava errado?
Nas grandes capitais o fluxo da águas segue seu caminho aqui na cidade de São Paulo, padre Anchienta já mencionava em suas cartas a força das chuvas e das águas na região que hoje se localiza São Paulo, isso quer dizer que nada mudou, a natureza esteve sempre presente e mantendo sua rotina, quem interferiu foi o homem, por isso, que sempre assistimos as enchentes em grande escala na cidade, o que esta errado ? faltam obras para evita-la?

respondam é possível construir algo nesta encosta



O errado é a impermeabilização do solo, a água não é absorvida pela terra, ela só passa por cima dela através do asfalto e cimento, e com tanta água direcionada aos rios canalizados transbordam em suas margens hoje construídas. 

A solução é muito mais complicada e cara, uma delas é criar barreiras para que as águas não cheguem ao mesmo tempo aos rios principais além dos piscinões, no caminho das águas devem se  criar parques lineares para que essa águas seja absorvida e substituir as grandes áreas de estacionamentos de concreto e asfalto em piso permeável.



somente a remoção dessas pessoas podem evitar outra catastrofe

A remoção das pessoas em áreas de risco é inevitável mesmo que  exista amor pela propriedade e tudo mais a vida é o bem mais importante tutelado pela Constituição Federal é um custo caro para o Município, Estado e União mas o descontrole urbano no passado existiu e agora temos que sanar o problema, mesmo que o novo Código permita a exploração dessas áreas estamos vendo que o homem não legisla em nome da natureza, ela sim legisla sobre os homens.


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