segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

CENÁRIO CAÓTICO - CRISE HÍDRICA E ENERGÉTICA NO BRASIL - ALESSANDRO AZZONI

por Alessandro Azzoni*
Começamos o ano de 2015 com um quadro crítico e caótico para o cenário nacional: a Crise Hídrica e Energética. Não são crises isoladas, mas sim correlacionadas diretamente porque a base do sistema energético do Brasil é hídrica; ou seja, o fornecido por hidroelétricas, onde o volume da água armazenada nos reservatórios passa por turbinas que são movimentadas e com isso geram energia.
Em meados de Julho do ano passado iniciou-se a preocupação da crise hídrica, muito usado no cenário eleitoral de 2014 como uma questão local e exclusiva do Estado de São Paulo, e em nenhum momento se qualificavam a crise como nacional.
Hoje estamos próximos do esgotamento do sistema Cantareira com 5,6% de sua capacidade e já utilizando a 2ª cota do volume morto e sem perspectivas de chuvas na região nos próximos dias e o Rio de Janeiro com o seu maior reservatório de Paraíbuna chegou a seu esgotamento a 0%, sobrando exclusivamente o volume morto; Minas Gerais e outros Estados enfrentam o mesmo problema..
Lembrando que nós já enfrentamos uma crise pior em 1953-54 no Estado de São Paulo, que desencadeou a construção do sistema Cantareira para suportar os impactos da seca e do calor excessivo.
O Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga afirmou que se os reservatórios chegarem a 10% de sua capacidade nenhuma hidroelétrica poderia funcionar abaixo desse nível. Isso mostra a fragilidade do sistema elétrico, que está diretamente atrelada à crise hídrica.
Só para demonstrar na Região Sudeste e Centro-Oeste os níveis da capacidade dos reservatórios estão em 17,28%; na Região Nordeste, 17,13%; a Região Norte a 34,9%; e a que está em melhor situação, Região Sul com 66,43% ,- lembrando que no Sul está a nossa maior hidroelétrica, ITAIPU, onde dividimos a geração de energia com os nossos irmãos paraguaios.
O Brasil sempre foi visto com uma matriz energética abundante por causa das inúmeras hidroelétricas instaladas em nosso país durante o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Esse sistema mostrou fragilidade, e algumas medidas foram tomadas, uma delas foi a criação das termoelétricas, muito criticada pela oposição na época pelo seu alto custo de produção de energia.
Opções a crise enérgica existem uma delas é a energia eólica, aquela gerada a partir dos ventos, se mostrou eficaz em nosso país principalmente nas costas do nordeste pelos ventos que se originam do Atlântico, mas por algum tempo foi negada a licença ambiental, não permitindo a produção de energia, somente através da justiça se obteve autorização de funcionamento dessas usinas eólicas.

Outra opção energética são placas fotovoltaicas uma saída para um País tropical como o nosso com abundancia de raios solares, ainda se torna ineficaz pelo alto custos de impostos das placas, em outros países residências e comércios e industrias dentre outros que instalam as placas fotovoltaicas chegam a vender o excedente de energia a empresa de distribuição, que não seria interessante pelo atual  modelo de concessão.

O operador nacional de energia elétrica, conforme informações da AES Eletropaulo, diz ter recebido a informação para fazer um corte de energia para evitar o colapso do sistema de energia, pois ele não estava produzindo a quantidade necessária, isso quer dizer que o efeito da estiagem e da seca.
O cenário industrial Brasileiro vem reduzindo, hoje temos por volta dos 15% do PIB, isso quer dizer que estamos nos desindustrializando, se com esse cenário de baixa produção industrial estamos sofrendo crise energética, imagina se o Brasil vier a crescer 5% ao ano. Não teremos energia para suportar o processo de crescimento, as usinas termoelétricas estão operando a 100% os reservatórios de nossas hidroelétrica em baixa o que torna caótico o cenário de 2015.
Os aumento da tarifa energética é para custear os custos das termoelétricas tão criticadas pela oposição hoje governo, lembrando que há a possibilidade de aumento da tarifa elétrica para 2015 no fator de 30% , somando com os 18% já reajustados no final do ano passado teremos a energia mais cara do mundo e pior sem ter o fornecimento!
Os governos aguardam as chuvas para que encham os reservatórios que pela analise do INPE, será baixo da média histórica, isso que dizer que estaremos não só contabilizando a falta de água, mas a falta de energia em 2015.





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