quarta-feira, 4 de maio de 2016

Como reciclar se não há coleta seletiva?


ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE

Como reciclar se não há coleta seletiva?


Das mais de 5,5 mil cidades brasileiras, apenas 766 possuem programa de reciclagem. Confira dicas sobre como contornar essa deficiência

Como reciclar se não há coleta seletiva?
Ok, você já se conscientizou sobre a importância de reciclar o lixo que produz. Acontece que na cidade ou bairro que mora não há coleta seletiva. A situação não atinge só você.
Das mais de 5,5 mil cidades brasileiras, apenas 766 possuem programa de reciclagem, segundo levantamento feito pelo Compromisso Empresarial pela Reciclagem (Cempre).
São Paulo, por exemplo, é uma delas: o programa de reciclagem atinge pouco mais de 40% das residências.
Ou seja, além de o serviço ser oferecido em pouquíssimas regiões, quando existem, os sistemas municipais de coleta seletiva são insuficientes.
“Os governos ainda não se empenharam em disseminar a coleta seletiva por todo o país. O grande problema é a falta de infraestrutura das cidades brasileiras. Além disso, a falta de informação e de pró-atividade da população contribuem para que os números permaneçam baixos”, avalia Mayra Rosa, especialista em sustentabilidade e criadora do portal CicloVivo.
O que fazer?
O cenário não é favorável e a estrutura necessária ainda não está disponível, mas, ainda assim, não podemos desistir da coleta seletiva. São mais de 150 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados diariamente no Brasil.
Você pode fazer sua parte. A seguir, três sugestões de o que podemos fazer com o lixo reciclável:
1. Se ainda não tiver, reivindique a coleta seletiva para seu bairro ou cidade. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entra em vigor em agosto deste ano, exige que todas as cidades brasileira tenham coleta seletiva ou outros programas de reciclagem, de acordo com o consultor de meio ambiente Alessandro Azzoni. Qualquer cidadão pode procurar a Prefeitura de sua cidade e reivindicar o serviço.
2. Procure a cooperativa de reciclagem mais próxima de você. A internet e a tecnologia são aliadas nessa empreitada. O portal Rota da Reciclagem, por exemplo, mapeia postos de reciclagem de embalagens longa vida, enquanto o aplicativo Recicle App ajuda a localizar pontos de coleta seletiva no Estado de São Paulo - e a ideia é espalhar em breve para todo o Brasil.
Nas capitais brasileiras, há informações e orientações sobre como proceder nos sites das cidades:

3. Recicle e reutilize o que puder em casa. Restos de alimentos são um ótimo adubo para as plantas, que pode ser produzido em um sistema de compostagem – resumidamente, é deixar restos de comida, folhas de plantas e papel se decomporem em potes, até que o produto final, chamado composto e bastante fértil, fique com textura similar ao solo.
Se você tem dotes artísticos, ótimo! O artesanato também é uma boa alternativa, inclusive criando brinquedos para seus filhos (tem boas ideias aqui).
Mas se não for o seu caso, existem cooperativas que se dedicam ao trabalho com garrafas PET, latinhas de alumínio e papelão. Para saber o endereço desses grupos, procure informação na Prefeitura da sua cidade ou em ONGs com foco em sustentabilidade.
O que pode ser reciclado?
É importante lembrar que nem todo material pode ser facilmente reciclado. Mayra destaca que os “top 3” da reciclagem são latas de alumínio, garrafa PET e papelão, enquanto pneus e baterias de veículos demandam um processo especial.
Lixo eletrônico também deve ter descarte específico e lojas de celulares e farmácias recebem aparelhos velhos e medicamentos vencidos, respectivamente. Quer saber o que pode (ou não) ser reciclado? Veja aqui.
Como preparar o lixo
Você também pode ajudar no processo de reciclagem, preparando os resíduos corretamente em casa. A Prefeitura de São Paulo dá as orientações:
  • Plásticos: lave-os bem para que não fiquem restos do produto, principalmente no caso de detergentes e xampus, que podem dificultar a triagem e o aproveitamento do material
  • Vidros: lave-os bem e retire as tampas
  • Metais: latinhas de refrigerantes, cervejas e enlatados devem ser amassados ou prensados para facilitar o armazenamento
  • Papéis: podem ser guardados diretamente em sacos plásticos

Na capital paulista, não é necessária a separação do material reciclável por tipo; basta não misturar o material seco do úmido, que a triagem é feita posteriormente. Já no Rio de Janeiro, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana recomenda que o material seja mantido em sacos plásticos transparentes, para que o gari possa visualizar o conteúdo.
Como colocar a criançada para ajudar?
Não dá para negar que a importância da reciclagem é algo cultural. Por isso, a melhor forma de fortalecer essa prática é estimular a consciência das crianças sobre o assunto.
Confira algumas dicas sobre como estimulá-las a brincar com materiais reciclados, além de sugestões para que percebam, desde pequenas, porque é tão importante preservar o planeta.

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