quinta-feira, 14 de julho de 2011

SBPC pede parecer de Ciência e Tecnologia sobre Código Florestal

Luna D'Alama
Do G1, em Goiânia (GO)

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) fez um pedido, nesta segunda-feira (11), para que o Senado encaminhe o novo Código Florestal para análise de sua Comissão de Ciência e Tecnologia. A votação para decidir se isso vai ou não acontecer ocorre nesta terça. A proposta já passou pelas comissões de Agricultura e Meio Ambiente.


Para a presidente da SBPC, Helena Nader, a discussão deveria ser sobre o país e o futuro.

A SBPC faz sua reunião anual até sexta-feira (15) no campus da Universidade Federal de Goiás (UFG).
"As mudanças propostas não atendem à realidade brasileira a longo prazo, nem ao agronegócio, nem ao meio ambiente. Se alguém perde é o país", disse o coordenador do grupo de trabalho da SBPC que estuda as modificações sugeridas no texto do código, José Antonio Aleixo da Silva, durante coletiva. Segundo ele, não deve haver debate, mas diálogo.
As mudanças propostas não atendem à realidade brasileira a longo prazo, nem ao agronegócio, nem ao meio ambiente. Se alguém perde é o país"
José Antonio Aleixo da Silva, coordenador do grupo de trabalho da SBPC sobre o Código Florestal
"Esse não é um leilão de ideias. E não é só a zona rural que será atingida, mas também a urbana, pois os rios cortam as cidades", disse. Outra questão importante, segundo ela, é sobre o perdão para quem já desmatou.
Helena destacou que a entidade inteira está na luta para ser ouvida. "A Comissão de Ciência e Tecnologia pode trazer um equilíbrio, porque não tem bandeira, é isenta. É bom um parecer que não seja de um lado nem de outro. Nossa contribuição vai ser de reestruturação", afirmou.
Na opinião de Aleixo da Silva, chamar o Código Florestal de novo é errado. "Desde 1537, já pensamos sobre isso. E, em 1934, Getúlio Vargas criou o primeiro texto, que sofreu várias emendas ao longo do tempo, até desaguar nesse substitutivo do deputado Aldo Rebelo", explicou.
Caso a proposta seja aprovada como está, segundo o coordenador do grupo de trabalho, sairá incompleta. "O código realmente precisa de modificações, mas não sem antes ser analisado por economistas, agrônomos e engenheiros florestais", destacou Aleixo da Silva.
Aleixo Silva e Helena estiveram em Brasília na semana passada. Segundo a presidente da SBPC, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também mostrou cálculos com um impacto muito grande se o código for aprovado como está. "Você pensa que é Photoshop quando vê o que era e como ficou. E ainda não sabemos como o cerrado será afetado com isso", disse.

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